quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018

Rigidez mental – Quando sua forma de pensar te impede de crescer.


Por Tales Luciano Duarte 


Albert Einstein disse que “a mente que se abre a uma nova ideia nunca retorna ao seu tamanho original.” No entanto, abrir a mente é um exercício complicado, muito mais do que gostaríamos de admitir.
Na verdade, já começamos a construir a rigidez mental a partir do nascimento. Cada aprendizagem abre novas portas, mas também fecha outras.
À medida que crescemos e formamos nossa própria imagem do mundo, já estamos cheios de estereótipos, preconceitos e crenças que são muito difíceis de remover. No entanto, a rigidez mental não se refere apenas às ideias, mas, acima de tudo, a maneira de pensar.

A rigidez mental nos torna prisioneiros, pois diminui nossa capacidade de adaptação, criatividade, espontaneidade e positividade. Nos prendemos a velhos padrões que nos impedem de crescer intelectualmente e emocionalmente.

Na verdade, as pessoas rígidas mentalmente são aquelas que:

– Pensam que só há um “modo adequado” de fazer as coisas.
– Assumem que a sua perspectiva é a única correta e que o resto das pessoas está errado.
– Não estão abertas à mudança porque isso as assusta.
– Se apegam ao passado e recusam se mover.

Mas, se há alguma coisa que caracteriza pessoas com rigidez mental, é o desejo de ter razão a todo custo. Elas não percebem que este desejo é extremamente prejudicial porque a possibilidade de estarem erradas e cometerem erros é, justamente, a principal ferramenta de aprendizado e crescimento.


Nós não podemos crescer, não podemos realmente assimilar novos conhecimentos, seja a nível intelectual ou emocional, se não nos dermos conta de que o que sabemos ou cremos pode estar errado ou, pelo menos, ser insuficiente.

Na verdade, uma das principais características das pessoas que têm uma certa flexibilidade mental é serem capazes de perceber que decisões erradas não são “más decisões”, e sim que qualquer decisão é boa se for seguida por uma outra decisão: a de vermos o lado positivo disso.

Flexibilidade mental é justamente saber que qualquer decisão que tomamos, sempre abre diante de nós um mundo de possibilidades.

Portanto, a flexibilidade mental consiste em estarmos dispostos a aceitar a possibilidade de equivocar-nos, não ter medo dos erros e tentar entender e abraçar as coisas novas ou pontos de vista diferentes dos nossos. 

A Rigidez Mental como resistência inconsciente                                                               


A pessoa que desenvolve uma maneira muito rígida de pensar, de certa forma, está se protegendo. De fato, a rigidez mental pode também ser entendida como uma resistência psicológica. Em certo ponto, pois quando uma ideia vai contra ao que se pensa, a pessoa experimenta uma sensação estranha que lhe confunde, paralisa e faz com que se feche às razões.
Assim, muitas pessoas simplesmente rejeitam o argumento, sem analisar. No entanto, a boa notícia é que, quando isso acontece, é porque algo no seu interior se dá conta que há um problema, algo precisa ser resolvido, embora o processo seja doloroso.
De fato, em muitos casos, perceber que algo que você acreditava cegamente por anos não é verdade, ou pelo menos não é toda a verdade, pode causar uma dor enorme que pode dar lugar a uma crise existencial. 
Como Abrir a Caixinha
 
A boa notícia é que a flexibilidade mental é uma habilidade que pode ser desenvolvida e aprendida. 
Concentre-se em suas emoções.
Quando você está tentado a rejeitar completamente uma ideia, observe como você se sente. Se você se sentir desconfortável com o que você ouve, é provável que a rigidez em sua maneira de pensar esconda uma resistência inconsciente.
Pergunte a si mesmo de que tem medo. Se você responder honestamente, irá descobrir muitas coisas. Na verdade, quanto mais medo você perceber que sente, mais será capaz de iluminar essa resistência.
 Alimente o desejo de crescer.
A curiosidade continua sendo uma das ferramentas mais poderosas que temos à nossa disposição para crescer como pessoas.
Em vez de aceitar as velhas ideias, pergunta-se: “Por quê?”. Se começar a se questionar sobre tudo que você sempre deu como certo, não só encontrará respostas novas como também descobrirá um novo mundo, muito mais vasto.   

                                                     Desenvolva empatia.                                                            

Em muitos casos, você provavelmente não concordará com as ideias, as formas de pensar e atitudes dos outros. No entanto, em vez de rejeitá-los de imediato, tente se colocar no lugar deles para entender de onde vêm esse ponto de vista.
Se você rejeitar o que não sabe ou não gosta, você será a mesma pessoa de antes, mas se você tentar entender o outro, terá caminhado um passo além e crescerá.

 Abrace os erros.
Ter certa flexibilidade mental significa não ter medo dos erros, significa estar disposto a aproveitar as novas oportunidades, mesmo que isso signifique se equivocar.
Trata-se de entender a vida como um contínuo aprendizado, onde cada erro não é um passo atrás, mas sim um passo a frente em nossa evolução, pois nos permite desfazermos velhos padrões já enraizados.

Não busque a verdade absoluta.
Toda vez que assumimos uma verdade como um fato imutável, significa que paramos de olhar nessa direção e, portanto, começamos a morrer um pouco todos os dias nessa área. Assim, é importante não se prender a uma única maneira de ver as coisas e manter uma mente aberta.
O mais importante para se livrar da rigidez mental é não buscar a verdade absoluta, simplesmente, porque ela não existe.
TEXTO RETIRADO DE  Yogui

quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

Cora coralina



Eu não tenho medo dos anos e não penso em velhice. E digo pra você, não pense.
Nunca diga estou envelhecendo, estou ficando velha. Eu não digo.
Eu não digo que estou velha, e não digo que estou ouvindo pouco.
É claro que quando preciso de ajuda, eu digo que preciso.
Procuro sempre ler e estar atualizada com os fatos e isso me ajuda a vencer as dificuldades da vida.
O melhor roteiro é ler e praticar o que lê. O bom é produzir sempre e não dormir de dia.
Também não diga pra você que está ficando esquecida, porque assim você fica mais.
Nunca digo que estou doente, digo sempre: estou ótima. Eu não digo nunca que estou cansada.
Nada de palavra negativa. Quanto mais você diz estar ficando cansada e esquecida, mais esquecida fica.
Você vai se convencendo daquilo e convence os outros. Então silêncio!
Sei que tenho muitos anos. Sei que venho do século passado, e que trago comigo todas as idades,
mas não sei se sou velha, não.
Você acha que eu sou?
Posso dizer que eu sou a terra e nada mais quero ser. Filha dessa abençoada terra de Goiás.
Convoco os velhos como eu, ou mais velhos que eu, para exercerem seus direitos.
Sei que alguém vai ter que me enterrar, mas eu não vou fazer isso comigo.
Tenho consciência de ser autêntica e procuro superar todos os dias minha própria personalidade,
despedaçando dentro de mim tudo que é velho e morto,
pois lutar é a palavra vibrante que levanta os fracos e determina os fortes.
O importante é semear, produzir milhões de sorrisos de solidariedade e amizade.
Procuro semear otimismo e plantar sementes de paz e justiça. Digo o que penso, com esperança.
Penso no que faço, com fé. Faço o que devo fazer, com amor.
Eu me esforço para ser cada dia melhor, pois bondade também se aprende.
Mesmo quando tudo parece desabar, cabe a mim decidir entre rir ou chorar, ir ou ficar, desistir ou lutar;
porque descobri, no caminho incerto da vida, que o mais importante é o decidir.

domingo, 30 de outubro de 2016

POEMA EM LINHA RETA

Fernando Pessoa

Nunca conheci quem tivesse levado porrada.
Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo. 
E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil,
Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita,
Indesculpavelmente sujo.
Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho,
Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo,
Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas,
Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante,
Que tenho sofrido enxovalhos e calado,
Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda;
Eu, que tenho sido cômico às criadas de hotel,
Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos moços de fretes,
Eu, que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestado
                                                               [sem pagar,
Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho agachado
Para fora da possibilidade do soco;
Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas,
Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste mundo. 
Toda a gente que eu conheço e que fala comigo
Nunca teve um ato ridículo, nunca sofreu enxovalho,
Nunca foi senão príncipe - todos eles príncipes - na vida...
Quem me dera ouvir de alguém a voz humana
Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia;
Que contasse, não uma violência, mas uma cobardia!
Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam.
Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?
Ó principes, meus irmãos, 
Arre, estou farto de semideuses!
Onde é que há gente no mundo? 
Então sou só eu que é vil e errôneo nesta terra? 
Poderão as mulheres não os terem amado,
Podem ter sido traídos - mas ridículos nunca!
E eu, que tenho sido ridículo sem ter sido traído,
Como posso eu falar com os meus superiores sem titubear?
Eu, que venho sido vil, literalmente vil,
Vil no sentido mesquinho e infame da vileza. 

 (Álvaro de Campos)

terça-feira, 4 de agosto de 2015

Crônicas de Martha Medeiros

“Quero olhar para as fotos e me reconhecer no sentido mais amplo, enxergar o que eu sentia naquele momento do clique, dizer “parece que foi ontem” sem sofrimento. Quero lembrar de sabores, de sorrisos, de gestos, esses flashes que vêm e povoam a estrada atrás de nós. Quero inclusive lembrar dos arrependimentos e das dores, que vistos de longe parecerão menores, e essenciais. Quero rir muito do meu passado. Rir muito de mim, me recordando de trás pra frente.”

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segunda-feira, 3 de agosto de 2015

VICIADOS EM COMPANHIA


Não confio no amor de quem não consegue ficar sozinho.
Nunca foi ao cinema sozinho, nunca viajou sozinho, perambula pela rua feito um cão que se perdeu do dono. Sentar na lanchonete de uma livraria para tomar um cafezinho assemelha-se a uma catástrofe. Sua solidão lhe parece vergonhosa e indigesta, é evitada com o mesmo afinco com que evitaria a morte. 
Para ele, qualquer parceria é melhor que nenhuma. Uma conversa enfadonha é melhor que o silêncio. Um chato é melhor que ninguém. É praticamente um viciado em companhia. E como todo viciado, critério não é o seu forte.
Não confio no amor de quem não suporta a própria presença.
De quem telefona a fim de papo furado, de quem envia mensagens só para ouvir o sinal da chegada da resposta, de quem precisa se iludir de que não está só. Quem de nós não está só?
Uma manhã de frente para o mar, uma tarde com um livro, uma noite com um filme, três dias inteiros numa cidade estranha, uma rua que nunca foi atravessada, um museu com tempo livre à vontade, uma cama vazia – para ele, simulacros do inferno.
Não confio no amor de quem não se entretém.
De quem se desespera em frente ao espelho, de quem não consegue se maravilhar num jardim, de quem não se comove ao ouvir uma música, de quem não gosta de andar de ônibus enquanto aprecia a paisagem, de quem não se sente inteiro num trem.
Sozinho é uma coisa, solitário é outra. Sozinho é com, solitário é sem.
Eu sozinha sou muitas. Sozinha, tem mais sabor minha comida, tem mais foco o meu olhar, tem mais profundezas o meu ser. Sozinha tem mais espaço minha liberdade, tem mais imaginação a minha fantasia, tem mais beleza a minha individualidade. Sozinha tem mais força o meu pensamento, mais inteireza a minha vontade.
Não confio no amor de quem negocia sua autenticidade.
Como amar de verdade outro alguém, se não sabe de onde esse amor vem? Onde foi gerado, por que necessário, que atributos ele contém? Amar é doar, não vem do doer. Amar é saber que aquele que a gente ama, se faltar, vai deixar saudade, mas não nos transformará num cadáver vagando ao léu. Não confio em quem ama para ser um par, não confio em quem quer apenas se enquadrar, não confio em quem ama por não se tolerar.
Amar tem que ser extraordinário. Além do que já se tem.
Se sozinho você não se tem, amar vira tubo de oxigênio, ânsia, invenção e enredo barato, perde a dignidade, o amor vira muleta e trucagem. Confio, sim, no amor de quem não precisa amar por sobrevivência, de quem se basta e mesmo assim é impelido a se dar, porque dar-se é excelência, não é mendicância.
Não confio no amor de quem não se ama em primeira instância.

(Martha Medeiros)

quarta-feira, 22 de julho de 2015

Da Felicidade

Mario Quintana
Quantas vezes a gente, em busca da ventura,
Procede tal e qual o avozinho infeliz: 
Em vão, por toda parte, os óculos procura 
Tendo-os na ponta do nariz
 

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